No início dos anos 2000, um almoço de três horas era considerado uma ocasião bastante modesta. Lembro-me de uma tarde de primavera em que meu colega Simon Pennyworth e eu fomos encarregados de conquistar um gestor de fundos escandinavo. Ele era o tipo de cara que parecia que passava as suas cadarços, e era nosso trabalho descontraí-lo um pouco. Reservamos um discreto restaurante francês perto do Bank, com a intenção de encantá-lo com um sole meunière e um copo de Bordeaux. Coisas rotineiras. Às 13h30, ele olhou para o relógio e disse que precisava voltar para uma chamada de conferência às 14h. Sem hesitar, eu disse a ele que os mercados ainda estariam lá às 15h, enquanto o vinho de 1989 que acabáramos de abrir certamente não estaria. Ele sorriu, a primeira fissura em sua armadura, e ficou. Outra garrafa apareceu logo depois. Depois outra. Às 16h, o Armagnac chegou e o gestor de fundos havia removido a gravata, desabotoado a camisa e começado a cantar uma balada folclórica melancólica sobre arenque. Fomos educadamente, embora firmemente, convidados a sair. No dia seguinte, ele enviou um contrato assinado, uma caixa do mesmo Armagnac e uma nota curta. "Homens persuasivos fazem os melhores gestores de dinheiro."
Abril
Abril12/08, 23:49
Londres é a única cidade na Europa onde as pessoas não passam 3 horas sentadas a almoçar numa segunda-feira.
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