A política é o comportamento visível da biologia restringida pela física. As sociedades bem-sucedidas persistem equilibrando a ordem que forma os recipientes com a liberdade que os preenche. A física cria leis, a biologia emite modelos dentro delas e a submissão legível por humanos a elas é vista pela forma como nos organizamos em escala. Tudo obedece aos ditames da física, não metaforicamente, mas materialmente. Uma constituição imutável que todos os habitantes terrestres respeitam. Alguns domínios têm óptica que dificulta a visualização. Nós olhamos para eles. A mesma competição entre entropia e ordem emergente que esculpe estrelas também dá origem a civilizações. O decreto termodinâmico que obriga os átomos a formar moléculas orienta o homem a formar países. - Sob a gravidade, a matéria difusa se aglutina em estrelas, mesmo quando a entropia geral do universo aumenta. - As interações eletromagnéticas levam os átomos às moléculas, diminuindo a energia e liberando calor, trocando a entropia exportada pela estrutura localizada. - As sociedades humanas espelham esses fractais. Ao nos organizarmos em instituições complexas e nos coordenarmos em padrões cada vez mais intrincados, estabelecemos estruturas localizadas que resistem aos ventos do caos. Estrela, molécula e nação: diferentes escalas de sistemas auto-organizados que trocam fluxos de energia por estabilidade e ordem. Todos são estruturas dissipativas que diferem apenas em grau. Por que isso se aplicaria a nós? Uma pergunta melhor: por que não?